segunda-feira, novembro 20, 2006

Amar ou ser amado?

Amar, ser amado. Acreditar ou não no amor sentido, no amor recebido e dado, acreditar sem duvidar. Sem ter dúvidas se estamos a fazer certo ou errado. Sem duvidar dos juízos de valor das verdades aceites dos créditos concedidos. Amar sem questionar se o amor que sentimos é o amor que sentimos é o amor mais correcto para nós. Sem duvidar-mos se nós ou a outra pessoa somos a pessoa mais indicada para o outro. Amar sem defeitos, amar perfeitamente só existe na cabeça de cada um. Cada pessoa que ama, tem defeitos e vê defeitos no parceiro ou parceira. Muitas vezes, tudo depende do conceito de amor que transportamos dentro de nós. Conceito, originado das nossas experiências, das relações anteriores e futuras, das expectativas que projectamos no outro, nos sonhos que queremos concretizar. Devemos amar. Amar é a arma mais poderosa do mundo. As guerras sucedem-se, as mortes, os massacres, os genocídios, os infanticídios,. Só há uma coisa que consegue acabar com todo isto. O amor. Mahatma Ghandi, conquistou a Índia com paz, com amor. Não fez a guerra que os ingleses queriam que os indianos fizessem contra eles. Milhares de indianos deitaram-se á frente dos canhões sem disparar um tiro, sem lançar uma granada e foram esmagados. Só assim conquistaram a índia. Com paz, com amor. Viva o amor.

Certezas????????

Quando é que temos certezas? Ou melhor dizendo, quando é que realmente pensamos que temos a certeza de algo? De uma coisa bem concreta, bem objectiva, inegável, irrefutável? Sem que possa existir margem de para dúvidas.? Não podemos. A vida ela mesma, á medida que se vai vivendo, é uma dúvida constante. È uma incerteza constante, latente. Vamos passar? Vamos chumbar? Vamos acabar o curso? Ela gosta de mim ou não? Será que ele gosta de mim o suficiente, para casar e ter putos? Será que eu vou conseguir aquela promoção? Vai fazer bom tempo, na data em que marcamos as férias? Já que nem no tempo se pode confiar agora? Achas que a bolsa vai recuperar? Será que vou viver o suficiente e ser avô ou simplesmente chegar á terceira idade sem morrer num atentado terrorista? Será que a reforma vai chegar para a velhice? Será ? Será? Será que? Será que vamos morrer amanhã? Ninguém pode saber. A nossa vida não tem um prazo de validade definido, marcado. Temos uma data de entrada, de nascimento, mas não temos uma data marcada para o nosso regresso á terra. O nosso regresso ao seio da criação. Ao seio do principio e do fim ultimo de todas as coisas. No fundo, a única certeza na qual podemos confiar, é de que um dia, sem o saber isso vai acontecer. Um fim e um principio que queremos adiar a todo custo. A nossa missão, seja ela qual for, é aqui em vida. Mesmo sem certezas, devemos cumprir a missão para a qual nascemos. Para a qual estamos predestinados. Não devemos esquecer que a nossa estadia efémera aqui na vida tem um propósito. Tem um fim concreto. Quer sejamos médicos, bombeiros, policias, gestores, padres, vendedores, assassinos, ladrões, ministros, marinheiros, solteiros, casados, heterossexuais, bissexuais, homossexuais, freiras e por aí a fora. Todos temos um propósito

Olhares

Tudo é relativo, tudo é passível de ser verdadeiro, tudo é passível de ser falso. Depende do olhar de cada um. Como cada um olha e com que com que intenção. O que quer descobrir com o olhar com que olha. Pode-se ver a pior das coisas, vendo, olhando uma cena, um episódio inocente. Pode-se achar algo inocente, sem maldade, olhando para algo terrível, grotesco. O olhar, é a nossa maior fonte de conhecimento. Mesmo tendo os outros sentidos, só com o olhar, para quem não é cego bem entendido, é que alguém pode validar o seu conhecimento. Usamos, inclusive, expressões ligadas ao acto de ver para falar dos outros sentidos e fontes de aprendizagem ou conhecimento, `` viste, parecia mesmo o som de um carro, mas não era....`` Os olhos, podem e conseguem fazer a interligação entre e com os outros sentidos. Podemos sentir o odor a morangos, mas se não vir-mos os morangos á nossa frente, não temos a certeza de que realmente são morangos. Exemplos como estes, acontecem-nos todos os dias, a todo o instante. È preciso saber-mos como olhar. È preciso saber interpretar aquilo que vemos. A nossa forma de olhar, tem que ser desprovida de preconceitos, de preconceitos, ideias preconcebidas. Não devemos esquecer o que sabemos quando reparamos ou vemos algo ou alguém, porém, temos que faze-lo como se fosse a primeira vez, limpidamente, para que, perante o que observamos, possamos fazer a interpretação correcta, objectiva, clara, lúcida e não ver-mos o que queremos ou não ver.